Sarna Demodécica em Cães

Sarna Demodécica em Cães

Sarna Demodécica

A sarna demodécica é uma das dermatopatias mais comuns na rotina clínica de cães, embora muitas vezes seja subestimada ou confundida com outras afecções cutâneas.

Ela é causada por ácaros do gênero Demodex spp., microrganismos que habitam naturalmente a pele, mas que podem causar inflamação quando se multiplicam em excesso.

Democidiose 
Canina:
Canina:
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Apesar de sua maior prevalência em cães, casos raros em felinos também podem ocorrer, geralmente associados a imunossupressão grave, doenças sistêmicas ou uso prolongado de  imunossupressores.

Nestes casos, o diagnóstico pode ser mais desafiador, exigindo atenção clínica redobrada e diferenciação de outras dermatopatias felinas.

Sarna Demodécica: Atenção aos Sinais!

A demodicidose canina, conhecida como sarna demodécica, é uma doença inflamatória da pele causada pelo crescimento anormal dos ácaros Demodex, especialmente o Demodex canis.

Diferente de outras sarnas, ela não costuma provocar coceira intensa (prurido). No entanto, a pele enfraquecida pode ser um convite para infecções secundárias, como:

  • Piodermites bacterianas
  • Malasseziose

Os sinais mais comuns incluem falhas de pelo, descamações e pele avermelhada ou espessada.

⚠️ Fique atento: a identificação precoce e o tratamento correto são fundamentais para evitar complicações!

O que é o Demodex canis?

O Demodex canis é um ácaro microscópico que vive naturalmente na pele dos cães. Ele se aloja nos folículos pilosos e glândulas sebáceas, fazendo parte da microbiota cutânea — ou seja, o conjunto de microrganismos que habitam a pele de forma equilibrada, sem causar danos.

Em condições normais, sua presença é silenciosa e inofensiva. No entanto, quando o sistema imunológico do cão está comprometido, imaturo ou suprimido, essa relação de equilíbrio se rompe. O corpo passa a falhar no controle populacional desses ácaros, permitindo sua multiplicação exagerada.

Esse crescimento descontrolado leva ao desenvolvimento da sarna demodécica, uma dermatopatia inflamatória que, ao contrário de outras sarnas, raramente provoca coceira intensa nos estágios iniciais. Ainda assim, ela compromete a integridade da pele, abrindo portas para infecções secundárias bacterianas e fúngicas.

O reconhecimento precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar o agravamento do quadro e garantir a recuperação da pele e da saúde do animal. O Demodex não é transmissível entre cães ou para humanos, mas deve ser tratado com acompanhamento veterinário cuidadoso.

Formas clínicas da sarna demodécica:

Em cães filhotes

Quando o sistema imunológico está imaturo ou enfraquecido, os ácaros Demodex podem se multiplicar em excesso e desencadear a sarna demodécica.

Estresse, verminoses, desnutrição e predisposição genética são fatores que aumentam o risco da doença.

Em cães adultos

Em cães adultos, a sarna demodécica geralmente está associada a algum fator que compromete o sistema imunológico, como doenças crônicas, uso de medicamentos imunossupressores ou estresse intenso.

Nesses casos, a doença tende a ser secundária, e o tratamento deve sempre considerar a causa subjacente do desequilíbrio imunológico.

Forma focal

A forma focal da sarna demodécica é caracterizada por lesões isoladas, geralmente em pequena quantidade e restritas a áreas específicas da pele.

É mais comum em cães jovens e costuma ter evolução espontânea, com remissão natural conforme o sistema imunológico amadurece ou se restabelece.

Forma generalizada

A forma generalizada da sarna demodécica é mais grave e envolve múltiplas áreas do corpo, podendo afetar também as patas, focinho, tronco e orelhas.

Com frequência, há infecções secundárias e inflamações intensas da pele. O tratamento é mais longo e exige acompanhamento veterinário rigoroso.

Diagnóstico da Sarna Demodécica

A sarna demodécica é uma das dermatopatias mais comuns nos cães, mas seu diagnóstico requer precisão e atenção. Apesar de apresentar sinais clínicos característicos, como alopecia localizada, descamação e espessamento cutâneo, a confirmação deve ser sempre feita por exames laboratoriais.

O principal método é a raspagem profunda da pele, que coleta material dos folículos pilosos para visualização dos ácaros Demodex ao microscópio. Essa análise permite identificar os parasitas em diferentes estágios: ovos, larvas, ninfas e adultos.

Outros exames complementares incluem:

  • Tricograma: avalia os pelos retirados de regiões delicadas como face e ao redor dos olhos.
  • Citologia cutânea: identifica infecções bacterianas ou fúngicas associadas.
  • Biópsia de pele: indicada em casos crônicos ou quando há dúvidas diagnósticas.
  • Fita de acetato: é menos traumática do que o raspado profundo.

É importante lembrar que a presença do Demodex isoladamente não configura uma doença. Esse ácaro faz parte da microbiota normal da pele canina. O que define a sarna é a sua proliferação anormal, geralmente associada a um desequilíbrio imunológico.

Por isso, o acompanhamento com médico-veterinário é essencial. Somente o profissional capacitado pode correlacionar os achados clínicos e laboratoriais, garantindo um diagnóstico correto e um plano terapêutico eficaz.

Tratamento da Sarna Demodécica

O tratamento da sarna demodécica deve ser cuidadosamente planejado conforme a forma clínica (focal, generalizada ou pododermatite) e o estado imunológico do animal. Casos leves podem se resolver espontaneamente, enquanto formas extensas exigem terapias prolongadas.

Os principais pilares do tratamento incluem:

  • Amitraz: solução tópica com ação acaricida, deve ser usada com cautela devido ao seu efeito tóxico.
  • Ivermectina ou Milbemicina: administração oral, sob rigoroso controle veterinário.
  • Isolamento de infecções secundárias: antibióticos tópicos ou sistêmicos, quando necessário.
  • Suporte nutricional e imunológico: essencial para restaurar o equilíbrio da microbiota e fortalecer o organismo.

É importante manter o tratamento por algumas semanas após o desaparecimento dos sinais clínicos, garantindo a eliminação completa dos ácaros e prevenindo recidivas.

Cada caso é único. Por isso, jamais medique o seu animal por conta própria — o sucesso no tratamento depende de um plano individualizado e bem orientado.

Dicas para Prevenção e Manejo da Sarna Demodécica

Cuidar de um cão com sarna demodécica exige atenção, paciência e um plano bem orientado. A prevenção é possível e, em muitos casos, evita recidivas.

Confira algumas orientações essenciais para tutores:

  • Castrar fêmeas afetadas: cadelas que ciclam apresentam oscilações hormonais que impactam diretamente o sistema imune.
  • Evitar reprodução entre cães afetados: a predisposição imunológica pode ser hereditária.
  • Reduzir o estresse: ambientes tranquilos, enriquecimento ambiental e rotina adequada ajudam a manter a imunidade em equilíbrio.
  • Nutrição de qualidade: alimentos balanceados e suplementação imunológica favorecem a recuperação da pele.
  • Controle de parasitas: pulgas, carrapatos e verminoses favorecem infecções secundárias.
  • Retorno ao veterinário: reconsultas são indispensáveis para avaliar progressos.

Com cuidados preventivos e manejo adequado, é possível proporcionar qualidade de vida mesmo para cães predispostos à demodiciose. Acompanhar de perto e manter um vínculo ativo com o médico-veterinário é o segredo para o sucesso.

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